sábado, setembro 19, 2009

Morre Nilson do Amaral Fanini, pastor Batista

O pastor Nilson do Amaral Fanini, único brasileiro até hoje a assumir o cargo de presidente da Aliança Batista Mundial, morreu nesta madrugada em um hospital de Houston, nos Estados Unidos, em consequência de um acidente vascular cerebral. Fanini foi internado na quinta-feira, 17, após ter viajado para Dallas para conhecer a neta mais nova.
Fanini nasceu em 18 de março de 1932, em Curitiba, Paraná, cursou seu bacharelado de Teologia no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, no Rio de Janeiro e seu mestrado no Southwestern Baptist Theological Seminary, em Fort Worth,Texas, e um licenciado em Direito pela Universidade Federal Fluminense do Rio de Janeiro.
Atualmente pertencia à Igreja Batista Memorial em Niterói, que conta atualmente com 501 membros, antes pastoreava a Primeira Igreja Batista em Niterói e chegou a liderar um rebanho de 7 mil pessoas por 41 anos. Presidente da Fundação Reencontro Fanini, sempre teve um papel ativo na evangelização e na distribuição mundial de Bíblias. Mais de 3 mil crianças da favela foram adotadas em 1994, e milhares de toneladas de alimentos doados e milhões de reais investidos no social nos últimos anos. Fanini, realizou cruzadas evangelísticas em 109 países, celebrou cerca de 11 mil batismos, pregou em 52 rádios e 110 estações de televisão que atingiu 50 milhões de pessoas no Brasil e em outros seis países sul-americanos. Distribuiu mais de 25 milhões de Bíblias para o Brasil.
O conhecido pastor batista, que se colocava primordialmente em defesa dos direitos humanos, atacando a injustiça social, promovendo a paz e ajudar aqueles que estavam com fome e com necessidades desesperadas, mas ele colocou o evangelismo no centro da BWA (Aliança Batista Mundial), que liderou por 11 anos mais de 100 milhões de batistas no mundo, na sua gestão na década de 90.
Fanini se manteve no ar, por três décadas, programas de rádio e TV oferecido à sua Fundação pelo presidente Figueiredo, publicou cinco livros e produziu milhares de mensagens, estudos bíblicos e trabalhos de cunho teológico.
Ao longo de quase meio século de ministério, o líder batista tornou-se referência dentro e fora do segmento evangélico, a ponto de ter sido interlocutor de todos os presidentes brasileiros desde o general Ernesto Geisel, nos anos 70 até ao atual presidente, Lula.
Ele se casou com Helga Kepler Fanini e fez mestrado no Southwestern Baptist Theological Seminary, em Fort Worth, no Texas, nos EUA. De volta ao Brasil, pastoreou a primeira Igreja Batista de Niterói por 41 anos, presidente da Convenção Batista Brasileira por 11 vezes presidente da Aliança Batista Mundial, por três anos.
Ele se aposentou da carreira religiosa em 2006.
Polêmica
Em 2004 a reportagem “A maldição da Catedral”, publicada na edição 109 da revista ECLÉSIA, informava que o líder batista havia entregue cerca de R$ 1,6 milhão da primeira Igreja Batista de Niterói (PIBN) a supostos agenciadores que viabilizariam empréstimo do exterior para a construção da Catedral Batista. O templo era o sonho dourado de Nilson Fanini. Mas o projeto desmoronou quando veio à tona que os negociadores, na verdade, eram golpistas com ramificações em paraísos fiscais. O sumiço do dinheiro deixou a igreja em polvorosa. Foram instaladas comissões para averiguar as contas da gestão Fanini. Além do desfalque, irregularidades adminstrativas foram descobertas e o caso foi parar na Justiça.Afastado do comando da PIBN, o pastor se disse vítima de uma falcatrua. De fato, tanto as investigações internas como as judiciais não apontaram nenhum indício de que o religioso cometeu dolo. Mesmo assim, setores da igreja exigiram a devolução do dinheiro. Um membro da PIBN denunciou o pastor ao Ministério Público, o que motivou uma ação ordinária da Justiça. Mesmo sem ter a ação chegado ao fim, o Conselho da igreja decidiu, na época, cortar os benefícios que Fanini pleiteou – uma pensão vitalícia de R$ 15 mil reais, equivalente aos seus rendimentos na ativa, plano de saúde e seguro de vida.
Saudade
O pastor Fanini, um dos maiores líderes evangélicos do Brasil, deixa a esposa Helga Kepler Fanini, filhos ,noras ,genros e netos, todos com moradia no E.U.A. Ele tinha como seu Hino Preferido: “Quando Cristo sua Trombeta lá do Céu Mandar Tocar” do Cantor Cristão e seu Salmo preferido era o 121.

Fonte: O Globo, Revista Eclésia

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